quarta-feira, 27 de maio de 2015

É um desastre

O sistema de educação foi concebido para preparar as pessoas para ontem, não para hoje e muito menos para amanhã. São duas ordens de coisas: a primeira é o sistema falho, defasado, que continua preso aos ideais sociais do final do século XIX; outra coisa é a crença de que devemos preparar as pessoas para o futuro.

Preparar as pessoas para o futuro fazia sentido quando havia prognóstico sobre qual era o futuro que teríamos. Temos que preparar as pessoas para viver o hoje. Os sistemas de ensino sobrevivem como se fossem ilhas, isoladas da sociedade. As referências são efêmeras, difusas e, alunos e professores, encontram-se perdidos para lidar com o aqui e o agora.

A questão é preparar as pessoas para a imprevisibilidade. Brincávamos no colégio em que eu trabalhava, que nosso slogan deveria ser: "Aqui preparamos para o fracasso". É óbvio que não conseguiríamos aluno algum, mas seríamos mais coerentes com a necessária e urgente humanização do sistema. Os colégios "vendem" um falso produto, que é o sucesso irrestrito. Isso não condiz com a própria vida. Afora os conteúdos repetitivos e defasados, no colégio não entram os sentimentos de perda, de morte, de vida, de sexualidade, de frustrações.


A saída? Desconstruir a maioria das "verdades" que temos reproduzido incessantemente. Reconstruir novos e coerentes sentidos para a Educação. Perguntar-se continuamente, por que faço isso ou aquilo? Por que escolho isso e não aquilo? Utilizar as tecnologias para a construção de um novo projeto de sociedade. Uma visão sustentável em todos os âmbitos.

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