quinta-feira, 14 de junho de 2007

Respondendo às críticas à OLPC

Da mesma maneira que as crianças que terão oportunidade de lidarem com os laptops no seu cotidiano não deixarão de pular amarelinha, nem de brincar de pique-esconde, e ainda continuarão plantando feijões no algodão úmido e medindo a sala de aula com barbante - porque as coisas não se excluem, mas se complementam e se ampliam - convivemos com escolas onde os laboratórios de informática ficam fechados e, ainda, bibliotecas escolares não são acessíveis aos alunos, para não "estragarem", convivendo com iniciativas bastante sérias e produtivas - em escola públicas, sim - onde alunos e professores têm oportunidade de realizar trabalhos belíssimos de primeira linha.

Dêem uma olhada no http://internetnaeducacao.blogspot.com/ e encontrarão uma infinidade de relatos de experiências fantásticas que já estão acontecendo nesse país, envolvendo professores e alunos de escolas públicas que, a despeito de toda adversidade, encontram oportunidade e têm compromisso e responsabilidade com os princípios fundamentais da educação de construir conhecimento e autonomia.

Nós, educadores, somos responsáveis pelo debate e pelo esclarecimento pedagógico do que deve ser feito na escola. E escola é lugar de formar gente em suas potencialidades e diferenças.

Escola é lugar de compreender e aprender para o mundo que estamos vivendo agora, e não para um futuro que sequer sabemos qual será.

Escola é lugar de se pensar alternativas para melhorarmos o que não está bom, de se aprender a lutar pelo bem estar coletivo.

Escola é lugar de formamos pessoas para respeitarem-se umas às outras, para serem colaborativas, justas e dignas.

Escola é lugar de ampliar e produzir conhecimentos.

Escola é lugar de transformação.

E se a sociedade está do jeitinho que está, cheia de gente "sabida e esperta, que só sabe levar vantagem em tudo", é porque temos formado gerações e gerações, sem nos preocuparmos com as transformações necessárias, preocupados que somos com a manutenção de uma coletividade perversa, que já se mostrou suficientemente incapaz de acolher os verdadeiros valores da vida humana.

E os laptops chegam para ajudar nessa urgente e necessária mudança. E não pode chegar devagarzinho, nas pontas dos pés, mas tem que chegar assim mesmo, mobilizando as pessoas, desestabilizando as "verdades" estabelecidas e criando um caos inicial, para que depois se retome o ponto de equilíbrio.

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